quarta-feira, 4 de junho de 2008

Midia Ambiente

Em tempos de desmassificaçao das mídias e a fragmentaçao das audiências o planejamento de midias torna-se tao importante quanto a criação da arte. Atingir o consumidor no momento em que ele esta sussetível e aberto a mensagem, que deseja-se transmitir, é o desafio das empresas de publicidade e propaganda. Para atingir o consumidor é nescessário um plano de markenting alternativo.

Todo e qualquer contato com o consumidor deve ser considerado uma mídia, desde a marca de sabonete (embalagem) que ele consomee, a etiqueta da roupa que ele usa, supermecados que ele frequenta, a operadora de telefonia que ele escolhe...

Para este paradigma, estao surgindo no mercado empresas que exploram um tipo de publicidade alternativa chamada de "Mídia Ambiente", onde a propaganda se funde com a paisagem urbana e pode aparecer nos lugares mais inusitados. Um exemplo desse tipo de midia é a propaganda impressa nos fundos dos copos em um pub na Inglaterra, ao acabar de beber o liquido em seu copo o freguês pode observar a propaganda do disk taxi. Esta propaganda ganhou um premio de uma grande empresa inglesa de propaganda, afinal de contas a propaganda aparece para o consumidor na hora em que ele esta aberto a essa mensagem, pois depois de acabar o copo ele pode nao estar mais em condiçoes de dirigir e pedir um taxi. Neste caso o planejamento de midia teve que ser mais criativo que a propria arte.

Aqui temos outro exemplo de como interagir com o público onde quer que ele esteja. Afinal, se Maomé não vai à montanha... Ação alternativa para divulgar o filme do Hulk em Cingapura.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Desmassificaçao da velha mídia

George Gilder, um dos maiores gurus futurísticos da atualidade, previu no livro "life after television - 1990", que a natureza de massa da televisao iria passar por uma mudança drástica: á medida que os canais de tv se multiplicam e novas mídias surgem, as audiencias se dividem. A força das redes de computadores acabará com todos os monopólios, as hierarquias, as pirâmides e as redes de poder midiáticas.

O que Gilder falava em 1990 esta acontecendo. Os proprietarios de emissoras de tv ja estao sentindo uma perda nos lucros. Com a reduçao e fragmentaçao das audiencias, tambem cairam as receitas de propagandas geradas pelas marcas que construiram suas imagens com publicidade na televisao de massa.

A própria industria da propaganda elegeu o comercial "1984" da apple um icone da criatividade. Ele costuma ser o melhor ja feito nos Estados Unidos. Ele lançou o apple mac e foi vinculado uma única vez durante a transmiçao do superbowl(a final do futebol norte americano). Este comercial foi inspirado no romance escrito por Eric Arthur Blair sob o pseudônimo de George Orwell: "1984" onde o estado controlava o pensamento dos cidadãos atraves da mídia, com a imagem de um "Grande irmao", e mostra uma jovem destruindo a imagem do big brother que esta sendo exibida para seus alienados e submissos seguidores. No video podemos observar uma forte tendência do que Gilder falava, onde o Big Brother que representa a televisao, que é uma via de mao unica onde a informaçao vai de um para muitos, é destruida por uma jovem que representa uma nova mídia, o computador.



Pesquisa:http://pt.wikipedia.org/wiki/1984_%28livro%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Irm%C3%A3o
http://super.abril.com.br/superarquivo/1996/conteudo_115229.shtml
http://wikipos.facasper.com.br/index.php/Cultura_da_Converg%C3%AAncia:_Velhas_e_Novas_m%C3%ADdias_em_Colis%C3%A3o

Leitura: As comunicaçoes no século XXI autor: Mark Austin & Jim Aitchison

terça-feira, 15 de abril de 2008

Marcas X cérebro global

Com a evoluçao altamente rápida da tecnologia, e a explosao dos canais de mídia, o consumidor tem muito mais acesso a informaçao. O resultado disso foi uma mudança no comportamento e nas atitudes do consumidor, tornando-o mais critico. Porém a propaganda esta presa ao passado, a uma época em que o consumidor era mais ingênuo e acreditava em qualquer coisa, onde tentava-se atingir o consumidor pela subjetividade e emoçao, associando uma marca a um estilo de vida muitas vezes distante da realidade do individuo. O consumidor, na verdade, comprava o estilo de vida inconscientemente, que esta associado ao produto. Mas as grandes marcas que bombardeiam e fixam na mente dos consumidores as suas propagandas, ainda perssistem nos hábitos de consumo das populaçoes, pelo o que o psicologo Leon Festinger chamou de Teoria da Dissociaçao
cognitiva. Para exemplificar essa teria vou usar um texto de Basic Psychology, Norton 1983, Henry Gleitman e traduzido por M. Martinele, que encontrei na net no seguinte endereço, "http://xenu.freewinds.cx/pt/dissonanza.htm".

"Um claro exemplo da Teoria da Dissociaçao cognitiva vem do estudo de uma seita que estava esperando o fim do mundo. A fundadora da seita anunciou que tinha recebido uma mensagem dos "Guardas" do universo. Num certo dia vai acontecer uma inundação enorme. Apenas os verdadeiros fiéis teriam sido salvados, que teriam sido embarcados em discos voadores a meia-noite do dia prefixado. (A tecnologia melhorou muito desde os dias da Arca de Noé).

No Dia do Juízo os membros da seita reuniram-se a espera da inundação. A hora prevista para o pouso dos disco voadores chegou e passou, a tensão era maior com o passar das horas, quando a santarrona da seita recebeu outra mensagem: o mundo foi poupado como prêmio pela confiança dos fiéis. Houve muita alegria e os crentes tornaram-se mais fiéis.

Com o ridículo fracasso de uma profecia tão exata, era lógico imaginar como reação o abandono daquelas crenças e o afastamento dos fiéis da seita. Mas a teoria da dissonância cognitiva explica este comportamento: deixando de acreditar nos "Guardas do universo", a pessoa tem que aceitar uma dissonância entre o atual cepticismo e as crenças antigas, e isso é causa de dor.

A sua antiga fé, seria agora uma humilhante idiotice. Alguns membros da seita chegaram até a perder o trabalho e gastar todo os seu dinheiro, e agora recusando a ideologia dos Guardas tudo isso teria parecido como uma ridícula bobagem sem sentido. A dor da dissonância teria sido intolerável. Assim foi reduzida de importância acreditando na nova mensagem, e vendo outros membros aceita-la sem dúvida nenhuma, a fidelidade saiu até fortalecida."

Podemos associar este comportamento com o consumidor no mercado, ele ja criou uma relaçao de confiança com determinadas marcas e a propaganda so vem reforçar esses laços. Mas esse tipo de mentalidade esta desaparecendo com a diversificaçao dos canais de mídia , principalmente a internet. Foi da internet que nasceu uma poderosa conversação global. As pessoas estão descobrindo e inventando novas formas de compartilhar com rapidez qualquer conhecimento que seja relevante atravez de edição coletiva de documentos. Como resultado , mercados estão se auto-organizando mais rápido que as empresas e estão se tornando melhor informados, mais inteligentes, e demandando qualidades perdidas na maioria das organizações. Foi o que Pierre Levy chamou de Inteligencia coletiva, ou seja , conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação.

Assim como a teoria de gaia, que diz que o planeta terra ou a biosfera é um único organismo vivo, pulsante. Esta nascendo um "cérebro global", um híbrido, unindo terminaçoes nervosas(consumidor) aos dispositivos tecnologicos telecomucacionais.

Pesquisa: http://www.cluetrain.com/portuguese/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_coletiva
http://xenu.freewinds.cx/pt/dissonanza.htm
Leitura: Tem alguém ai? As comunicações no século XXI. Autor(a): Mark de Austin Jim Aitchison. Editora: Nobel Sinopse

domingo, 13 de abril de 2008

A Evolução dos Dispositivos Comunicacionais

O ser humano ao longo de sua evoluçao usou utensílios que passaram a auxiliar e a potencializar o processo envio e recepção das mensagens. A tecnologia passou a fazer parte da comunicação humana, assim como, passou a participar da maioria das atividades desenvolvidas pela humanidade ao longo do seu desenvolvimento.

O primeiro meio de comunicaçao de massa que se tem registro na historia da humanidade foi no forum romano, a Acta Diurna. A publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, trazendo a listagem de eventos ordenados pelo Ditador. A Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos. Durante a idade média, a igreja católica, em termos de comunicaçao, teve que ser mais criativa pois tinha como objetivo algo mais complexo do que propaganda politica, tinha que convocar clientes, perdão, fieis, para as missas. Criaram uma identidade visual, na forma de um logotipo que fosse facil de ser desenhado, entendido por povos de linguas diferentes e de custo baixo para ser dado como brinde, criaram o crussifixo! e institucionalizaram o sino como meio de comunicaçao.

Marshall McLuhan,o chamado "filósofo de era eletrônica" ou "humanista da era da comunicação" anteviu,na decada de 60 ,que a tecnologia iria transformar os meios de comunicaçao cada vez mais a imagem semelhança dos homens a medida que fossem transformando em extençoes mais proximas e parecidas com o nosso cérebro e quando estivessem usando todo potencial eletrico, passariam entao, os proprios meios, ser a mensagem. Nao mais de 1/4 de seculos passados os avanços tecnologicos dos meios de comunicaçao transformaram o mundo no que ele chamou de 'aldeia global'. Macluham enchergou a planificaçao do mundo(conceito de thomas friedman 2004), numa época que nem se imaginava ate onde os computadores e a nanotecnologia poderia evoluir e que esses computadores seriam interligados atravéz de uma rede que abrangeria todo o planeta.

Hoje, em um prazo muito menor de tempo, a tecnologia nos surpreende a cada lançamento de novos produtos tecnológicos no mercado. Em 2004 a sony lançou o Librié EBR que garante uma experiência igual à do papel e com consumo mínimo de energia. O dispositivo foi o primeiro do mundo com a tecnologia de tinta eletrônica desenvolvida pela E-Ink. A tela, com característica reflexiva, pode ser lida em praticamente qualquer iluminação e sob qualquer ângulos de visão. A imagem é até seis vezes mais nítida do que a das telas de cristal líquido atuais e com duas vezes mais contraste. Apresenta a resolução de 170 megapixels, com formação de imagem similar a dos jornais. Em 2005 Philips lançou o seu e-paper, que evoluiu e agora esta sendo relançado no mercado em 2008. Este papel eletrônico é muito flexivel e pode ser enrolado sem dificuldade. A tela tem espessura de 0,3 milímetros. Esta tela, quer dizer papel, tem uma boa resolução - 1280 x 800 pixels com até 16 milhões de cores e permitindo a visão em um ângulo de até 180 graus.Os desenvolvedores garantem que podem ser usados em aplicações multimídia portáteis e que o consumo do “papel” é baixo e que a energia gasta somente quando a imagem exibida é mudada.

Na midia exterior, os outdoors, irao desaparecer ate 2010, substituidos por telas de tinta eletronica, super finas, leves bem mais baratas, e com otima qualidade de imagem a noite ou de dia, como as tvs e alta definiçao e as imagens poderao ser mudadas a cada instante. Profetiza o autor do livro "Midia de a a z", José Carlos Veronezzi.

A Professia se concretizará? qm viver verá!


bibliografia: Mídia de A a Z, de JOSE CARLOS VERONEZZI, editora flight

Tem alguém ai? As comunicações no século XXI. de Mark de Austin Jim Aitchison, Editora: Nobel Sinopse

quarta-feira, 26 de março de 2008

Aquecimento global ameaça plataforma na Antártida

Um bloco enorme de gelo, da plataforma de Wilkins, começou a desprender-se do continente antártico, o bloco é quatro vezes superior a da cidade de Paris. Imagine você no meio desta plataforma gigante de gelo, ao olhar ao redor você verá apenas a superficie branca, porém esta plataforma esta a deriva no oceano, como um grande barco e se desloca em direçao a Argentina.

Essa notícia é preocupante, pois expõem um problema muito maior, o aquecimento global causado pelo efeito estufa. O continente antártico esta se desintegrando em um ritmo acelerado nos últimos anos. A parte congelada esta derretendo e esta afetando o clima em quase todas as partes do mundo. Uma parte das águas que derrete das geleiras vai para o oceano e outra parte vai para a atmosfera em forma de vapor, aumentando a umidade relativa do ar e afetando os ciclos naturais do clima do planeta. Em algumas partes chovem demais e outras passam por secas,a maioria dos lugares se tornará mais quente; em alguns, no entanto, a temperatura será mais fria. Outro problema relevante é que as geleiras da Antártida são uma fonte de água potável e com o derretimento estamos perdendo grande parte dessa reserva que pode vir a ser útil num futuro não muito distânte.

A plataforma de Wilkins existe a centenas de anos e esta desaparecendo em um ritmo, que segundo previsões, não demorará mais de 50 anos para seu desaparecimento completo, ja que a temperatura vem crescendo meio grau a cada 10 anos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Muito além do cidadao Kane

Muito além do cidadao Kane: A história proibida da Globo.

Muito além do cidadao Kane (1993) Parte 1


Muito além do cidadao Kane (1993) Parte 2




Muito além do cidadao Kane (1993) Parte 3




Muito além do cidadao Kane (1993) Parte 4




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Muito além da Tevê Globo

No dia 10 de março de 1993, em Londres, divulgava-se pela primeira vez no exterior, as imagens de um documentário produzido por Simon Hartog antitulado Brasil: Beyond Citizen Kane. Poucos dias depois, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, graças a uma cópia pirata obtida diretamente em Londres por uma telespectadora, fazia uma dupla apresentação do documentário, programando-se novas projeções para os dias 3 e 4 de junho.
Contudo, na noite do dia 2, um telefonema do Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Ricardo Ohtake, dirigido ao programador do MIS, jornalista Geraldo Anhaia Mello, cancelava aquelas apresentações.

Formava-se, imediatamente, uma espécie de cadeia pirata em todo o país - novas cópias do vídeo foram produzidas e distribuídas Brasil afora, e alguns dos principais sindicatos começaram a programar a exibição do documentário. As versões sobre a proibição variam: Ohtake garante que não havia porque proibir, a não ser pelo fato de se tratar de uma fita pirata. Anhaia, ao contrário, acusa diretamente a intervenção de Roberto Marinho, a subserviência do governador de São Paulo de então e do seu Secretário de Cultura. Há consenso, porém, numa coisa: não fora esse episódio e talvez o filme - que no exterior provocava batalha jurídica de mais de um ano da Globo contra o Canal 4 da BBC, tendo a Globo perdido a causa - não se tornasse tão conhecido, tão debatido, tão comentado quanto foi então. O processo se completa agora: a editora Scritta acaba de publicar a transcrição do roteiro do documentário, ilustrado por algumas de suas imagens. A edição traz um depoimento do próprio Geraldo Anhaia de Mello, responsável pela mesma.

Do ponto de vista brasileiro, é o mais recente, e felizmente já relativamente antigo episódio de tentativa de censura em nosso país. É claro, contudo, que a questão vai mais além do que isso, porque envolve a discussão em torno da própria política nacional de comunicações e, muito especialmente, os critérios pelos quais se concedem, mantém e renovam as concessões de canais de rádio e, sobretudo, de televisão.

O título - Muito Além do Cidadão Kane - tal como se traduziu o livro que agora se lança, faz alusão direta à personagem criada por Orson Welles, em seu famoso filme, por seu lado referência direta ao magnata das comunicações dos Estados Unidos, William Randolph Hearst, cuja filha, décadas depois, envolver-se-ia com a guerrilha urbana. Na época, Hearst constituía-se em verdadeiro mito, e o filme de Welles tornou-se uma das dez obras-primas cinematográficas. Beyond Citizen Kane tem sido
normalmente divulgado como sendo o documentário em torno da Televisão Globo e de seu multipoderoso proprietário, Roberto Marinho. Na verdade, a primeira observação que se deve fazer a respeito é que
sua atenção se encontra centrada em Marinho e na TV Globo apenas porque ela é a exemplificação mais cabal e radical da experiência da política de telecomunicações brasileira. Simon Hartog, porém, queria ir mais longe, e de fato foi, como o reconhece o próprio Anhaia: o que se pretende é
denunciar a maneira palaciana pela qual Marinho ouBloch, Sílvio Santos ou Saad, cada um pegou a sua fatia. Mais que isso, e certamente os livros que se têm lançado recentemente sobre Samuel Wainer e Assis Chateaubriand bem o evidenciam, Marinho não agiu diferentemente de como agiria qualquer um dos outros dois. Acontece que Marinho foi menos amador que os demais ou, quem sabe, o sistema capitalista no qual se acha hoje inserido o Brasil é mais cínico e eficiente do que aquele, ainda primário, experimentado pelas duas outras personagens. Portanto, o que se deve ter claro, desde logo, é que Marinho não é nem pior nem melhor que Wainer, Chateaubriand, Saad, Bloch ou qualquer outro. Foi, apenas, mais competente e eficiente, alcançando melhores resultados em suas manobras. O episódio que culmina no papel da Globo em nossa realidade, contudo, tem de ser compreendido em sua perspectiva macro, ou seja, enquanto superestrutura social, política e econômica que viabiliza tais situações, envolvendo desde a ingenuidade de alguns segmentos sindicais e de ativistas de esquerda, que imaginaram democratizar a política de concessões de canais de rádio e televisão quando retiraram a decisão exclusiva do Presidente da República, repartindo-a pelo Congresso Nacional, até os profissionais jornalistas que, a exemplo de Armando Nogueira ou Vianey Pinheiro, só contam as verdades depois que foram despedidos da emissora.

Em última instância, é todo o conjunto da sociedade nacional que, de fato, responde por essa situação, na medida em que, conivente, dá à Globo aquilo que ela mais quer: a audiência que lhe garante o poder da influência e negociação junto ao segmento político e administrativo.

Lembremo-nos que, paralelo ao controle censorial dos meios de comunicação, a ditadura brasileira de 1964, a partir do Ato Institucional nº 5, em 1968, idealizou uma espécie de movimento compensatório positivo: tratava-se de atender à demanda do segmento da classe média brasileira que, embora
nem tão numeroso assim, em termos relativos da população nacional, era suficientemente significativo para a indústria de bens duráveis que então compensava se instalar no país, cobrindo de quinze a vinte milhões de pessoas e sendo superado, portanto, apenas por alguns raros outros mercados, dentre os quais o norte-americano. De qualquer maneira, justificava-se plenamente qualquer investimento, o que, aliás, é a única explicação para que se compreenda os fenômenos que ameaçam permanentemente o Plano Real, a chamada "bolha de consumo".

Havia, pois, um duplo movimento - de um lado, o controle censorial e, de outro, a cooptação mediante a ampliação das ofertas no mercado de consumo, ofertas essas viabilizadas, em sua divulgação, através de um network tal como a Globo o construiu ao longo dos anos. A Globo estreou no dia 26 de abril de 1965. Na verdade, fora antecedida pelo sinal pioneiro da TV Tupi, em 1950, seguida pela TV Excelsior em 1960. Duas emissoras e dois projetos absolutamente diversos: a Tupi sucumbiria, em 1980, à queda
do próprio império dos Diários Associados. A Excelsior enfrentaria problemas no futuro, não tendo sua concessão renovada, por ter tido a ousadia de resistir à ditadura. Transferida, numa espécie de leilão, para
o grupo Bloch e Sílvio Santos, abriria caminho para a TV Manchete e o SBT. Iniciando-se com um empréstimo duvidoso mediante um ainda mais duvidoso acordo operacional com o grupo norte-americano Time-Life, o que era proibido pela legislação brasileira, a TV Globo aproveitaria, suspeitamente, dois episódios, na aparência negativos, para seu crescimento, para firmar-se e crescer: o primeiro foi, justamente, a decisão do Congresso Nacional em dissolver o acordo da Globo com a Time-Life. Roberto Marinho não reclamou. Pelo contrário. É provável que os norte-americanos, sim, tenham acabado lesados no episódio, mas como sabiam perfeitamente os riscos que corriam, não chiaram.

O outro episódio ocorre em 1969: um incêndio destrói as instalações da Globo em São Paulo. A emissora centraliza o telejornalismo e toda a produção no Rio de Janeiro, graças ao dinheiro obtido pelo seguro, e assim garante a ocupação da magnífica sede do Jardim Botânico. De onde se depreende que Roberto Marinho é, acima de tudo, um excelente empresário e se, num primeiro momento, teve o máximo empenho em dar suporte e manter-se próximo ao segmento que identificava o governo ditatotial, na verdade seu interesse ia bem mais longe: "a Globo não tem uma vocação necessariamente militarista, ou ditatorial, mas ela tem uma vocação governista. Onde tem governo está a Rede Globo" -
afirma o documentário, e pode-se verificar que, evidentemente, em sendo necessário eleger o governo, como no episódio Collor de Mello, ou apoiar sua derrubada, desde que isso signifique a garantia de seus
investimentos e interesses financeiros, a empresa não titubeia. Claro, contando com cinco estações retransmissoras afiliadas, cobrindo 99,2% do território brasileiro ou 99,9% dos aparelhos de televisão do país, garantindo uma fatia de 78% da audiência, abocanhando 70 a 75% do total da mídia nacional que, no Brasil, na área de televisão, ultrapassa os 50%, ou seja, mais de dois bilhões de dólares em 1990, a Globo não pode titubear sobre a política de seu interesse.

Se ao governo federal a TV Globo interessa exatamente pelos fantásticos percentuais de audiência que atinge, garantia de que a mensagem governamental chegará ao seu destino, à Globo essa audiência lhe dá um poder de barganha inigualável, transformando-a, literalmente, numa espécie de poder paralelo, maior que um simples quarto poder como se tem conhecido a mídia em geral. Não se trata, porém, da aplicação pura e simples da velha fórmula da teoria do projétil, mecanicista. Dito mais claramente, não é apenas a questão de que a Globo diga o quê devemos pensar ou sonhar. Mais grave é o poder de agenda, na acepção do professor Donald McCombs, que torna hoje a Globo altamente perigosa. A Globo diz sobre o quê devemos pensar, quais são os temas que devem ou não ocupar nossas preocupações, tendo institucionalizado, para tanto, um discurso tautológico que, estribado na qualidade - "padrão Globo"- na verdade vende sua própria imagem, reforçando-a permanentemente. É o caso típico de programas como Globo Repórter ou Fantástico, as promoções sociais de apelo humanitário que assina, a construção cuidadosa de uma auto-imagem em que a credibilidade é o apelo mais veiculado, mesmo que muitas vezes seja posto em dúvida por outros segmentos sociais.
O slogan "Globo e você, tudo a ver" como que institucionaliza a common view, um modo comum de visualizar a realidade, de tal forma que a audiência alcançada, e amplamente divulgada, como que tautologicamente se mescla com o conceito de credibilidade: é como se pudesse garantir que a Globo tem audiência porque tem credibilidade. Assim, mais do que um quarto poder, a Globo se torna um Poder Oculto Supra-Real que substitui outras instâncias das relações sociais, mediante a constante reelaboração daquilo que Muniz Sodré já denominou de "simulacro", uma super-realidade que distancia de tal forma a realidade original, que simplesmente a retira de qualquer outra referencialidade: ainda que alguém estivesse vendo um certo fato acontecer, só acreditaria nele à medida em que isso fosse enfocado pelas imagens da televisão.
O mais grave, contudo, é que hoje a própria Televisão Globo começa a se tornar um meio para algo além de si mesma. São mais de cem as empresas dirigidas por Roberto Marinho, segundo publicação recente, num total de vinte mil funcionários. Este homem, que se diz jornalista e que começou em 1926, quando seu pai, Irineu Marinho, fundou o jornal O Globo, aos 90 anos de idade, integrante da Academia Brasileira de Letras, é dono de um conjunto de interesses que vão do campo de saúde (com a Golden Cross) ao da própria infra-estrutura da comunicação (como o episódio da NEC, do empresário Mario Garnero), atingindo hoje a televisão por cabo e assim por diante. A Globo também já investiu em emissoras no exterior e atualmente acança enorme lucratividade com a venda de seus programas a dezenas de países, de Cuba à China, mesmo que gerando problemas com o não-pagamento do chamado direito conexo de imagem, uma das grandes polêmicas atualmente em nosso país.
Muito além do Cidadão Kane, assim, seja em sua versão de vídeo, seja agora na versão que chega ao livro, através do roteiro transcrito, presta ao Brasil esse bom serviço: mais do que falar da Globo, fala-nos sobre os processos e emaranhados que determinam a política de telecomunicações no Brasil.
A Globo, na verdade, é apenas uma conseqüência disso. Se entendermos com clareza tal situação, conseguiremos, quem sabe, nos próximos anos, avançar na solução para esse problema, modificando, passo a passo, a atual legislação. Se isso não ocorrer, de pouco ou nada adiantará o encaminhamento de outros problemas urgentes que o país enfrenta: continuaremos uma nação pela metade e, portanto, também cidadãos pela metade .

A. H.
Professor / PUC

O mundo é plano. Continuação...

neste post vou continuar a escrever sobre as 10 forças, que segundo, Thomas Friedman, achataram o mundo transformando-0, usando uma expressao de Mclutham, aldeia global. Unindo o mundo com a tecnologia das comnunicaçoes:

5) Tercerizaçao

Com as novas tecnologias, com o mundo interconectado ficou fácil e barato o fluxo de informaçoes de um continente ao outro em um pisscar de olhos. Tudo o que pode ser digitalizado pode ser terceirizado por qualquer pessoa conectada em qualquer lugar do planeta.
A India é um exemplo de uma economia emergente, que beneficiou-se com as novas tecnogias. Graças ao investimento em conhecimento cientifico a india formou competentes profissionais da tecnologia da informaçao, engenheiros e pessoas que falam com fluencia a lingua inglesa. Isso possibilitou que os indianos trabalhacem para os americanos a distancias de um apis ao outro. Atualmente grande parte do imposto de renda dos americanos é feito por indianos, médicos dao diagnosticos a distancia e todo tipo de trabalho que pode ser digitalizado esta sendo feito em outro pais que ofereçam serviços mais baratos.

6) Offshoring

Grandes corporaçoes transferiram-se para outros paises que ofereciam mao de obra mais barata, como por exemplo fabricas da nike na china, ou de peças de carro... enfim existem inumeros exemplos que nao cabem agora cita-los.

7)Cadeia de fornecimento

o wallmart, rede atacadista norte americana, é um bom exemplo de cadeia de fornecimento com uma logistica de transporte eficiente. Podutos que vem de varias partes do mundo sao disponibilizados para o consumo em varios paises diferentes. o autor tambem cida que hoje em dia é possivel comer sushi no arkansas, onde os ingredientes ou produtos para sua elaboraçao vem de paises distantes, e isso é possivel graças a uma logistica de transporte informatizada e infocomunicaçao avançada.

continuo no proximo post...